19.5.15

Coca-cola

Os xailes e o efeito Coca-Cola...

Decorria o ano de 1928 quando a marca Coca-Cola pediu ao nosso escritor Fernando Pessoa para elaborar um slogan publicitário.
Deste repto surgiu o célebre "Primeiro estranha-se. Depois entranha-se."
As vendas do famoso refrigerante dispararam, mas a comercialização do mesmo esteve suspensa em Portugal até ao 25 de Abril de 1974.
Tudo isto porque o então diretor de Saúde de Lisboa, o Doutor Ricardo Jorge, mandou apreender o produto existente no mercado e deitá-lo ao mar. Era seu entendimento que, se o produto era resultado do extrato da cocaína, então não devia ser vendido ao público, para evitar intoxicações. Se por outro lado o produto não tinha na sua composição cocaína, então tratar-se-ia de publicidade enganosa. O que justificava a sua apreensão e recolha do mercado. Assim, perante o slogan de Pessoa, o diretor de saúde, ele próprio, reconhecia a toxicidade do produto, com base na premissa: se primeiro se estranha e depois se entranha, porque é precisamente o que acontece com os estupefacientes que, embora tomados a primeira vez com estranheza, o paciente acaba por adquirir a sua habituação.
Após esta curiosidade da marca Coca-Cola e do slogan sobejamente conhecido, faço um paralelo com o uso dos xailes. Se em tempos fazia parte integrante da indumentária feminina, hoje o seu uso estranha-se no entanto, quem arrisca a usa-los, entranha-o. Não é primaVera?!

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